A partir da próxima terça-feira (9), a Associação Cigana de Pernambuco promove o curso “Cultura e Língua Cigana” no espaço do Centro de Cultura Luiz Freire. A iniciativa pretende difundir a cultura cigana, sua história e a língua romani de forma acessível a toda a população. O objetivo é contribuir para o reconhecimento da importância dos povos ciganos e a influência das suas tradições na cultura brasileira, na qual sua presença é histórica.

Enildo-Kalon-divulgacaoPoucos anos após a colonização do Brasil por Portugal, em 1574, o rei D. Sebastião I, deportou para terras brasileiras o casal cigano Angelina e João Torres. Desde então, o Brasil se tornou um destino para as diversas etnias ciganas, diferentes não apenas na sua origem e nos ofícios aos quais se dedicam, mas também na língua, tradição e organização social. Calon, Rom e Sinti são as etnias mais presentes no Brasil – país que tem umas das maiores populações ciganas do mundo, estimada em mais de 800 mil pessoas.

Com sua história marcada por migrações, o povo cigano difundiu tradições pelos continentes. A importância da influência cigana na cultura brasileira ainda é desconhecida pela maioria das pessoas, o que é reflexo do estigma e da exclusão social contra a qual continuam a lutar. Um exemplo: há registros da existência de povos nômades dedicados a domar animais selvagens na Europa Oriental desde o século XII. A habilidade de ensinar truques a ursos e exibi-los nas cidades por quais passavam, em troca de moedas, rendeu-lhes o nome Ursari. Um dos grandes fluxos ciganos de Portugal para o Brasil se deu logo após a abolição da escravidão e muitxs que chegaram à Pernambuco para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar. Quem conhece o carnaval pernambucano e não percebe a referência cigana nas suas brincadeiras é pirangueirx!

O curso será ministrado por Enildo Calon Soares, presidente da Associação e tradutor da União Romani Internacional (IRU). “Abordaremos a história da cultura cigana sob a perspectiva do povo romani. Sua origem, o caminho da Índia para a Europa, a chegada ao Brasil e a diversidade de etnias ciganas existentes hoje. Quem participar terá noções básicas da língua romani e de certas expressões”, revela Enildo, que tem no nome a sua etnia: Calon.

A duração do primeiro dos quatro módulos do curso é de seis meses. Haverá duas turmas, uma às terça e outra às quintas-feiras. Os encontros semanais acontecem das 14h às 16h. A mensalidade é de R$ 50.

Quem quiser saber mais pode escrever para enildocalon@hotmail.com.

Serviço

Local: Centro de Cultura de Luiz Freire – Rua 27 de Janeiro, 181, Carmo, Olinda
Turmas: terças e quintas.
Horário: das 14h às 16h.
Mensalidade: R$ 50.