Na noite do dia 21 de maio de 2014, centenas de pessoas impediram que as construtoras do Consórcio Novo Recife prosseguissem com a demolição dos galpões do pátio ferroviário do Cais José Estelita. A ação das empresas descumpria uma recomendação do Ministério Público estadual e um termo de ajuste de conduta feito com o Iphan para garantir o levantamento do valor histórico da área. Iniciava-se assim a ocupação do movimento #OcupeEstelita, que desde 2012 denunciava e lutava contra as ilegalidades na aprovação do Projeto Novo Recife pela Prefeitura do Recife.

Oito dias depois, o coletivo de comunicação do movimento fazia um infográfico ser veiculado nas redes sociais. Nele, toda informação sobre o processo questionado era – digamos – desenhada, com o uso de fontes diversas e independentes. Naquele momento, a imprensa local evitava qualquer repercussão do caso, publicava páginas inteiras de publicidade paga pelas construtoras do Consórcio e, nas raras e sucintas matérias, dava preferência aos números (de empregos e “investimentos”) que a assessoria deste divulgava.

Um ano depois – ou seja, agora – a mídia tem demonstrado interesse em publicar sua cobertura das manifestações de rua que o #OcupeEstelita vem realizando na cidade. Muita gente toma conhecimento das sérias críticas feitas pelo movimento ao prefeito Geraldo Júlio, do PSB. E surgem questionamentos sobre uma suposta ausência de denúncia a respeito das responsabilidades das gestões anteriores no caso do Novo Recife. A saber, as de João Paulo e de seu sucessor João da Costa, ambos do PT.

Na época da publicação do infográfico, o movimento #OcupeEstelita pressionava o atual prefeito para abrir negociação sobre o processo de aprovação do empreendimento, assumindo a responsabilidade que o cargo lhe exigia, e lidar com a “bronca” que recebera de seus antecessores. Geraldo Júlio dizia que a questão estava na competência do Judiciário. As mobilizações com a ocupação do Cais não diminuíram de intensidade. E os dias seguintes foram ajudando o prefeito a ver o fato de uma outra maneira e a assumir seu papel na negociação.

Apesar de desatualizada, a peça a seguir merece ser conferida por quem quer saber mais sobre o caso. Ela traz muitas informações que não foram publicadas pela imprensa desde que o terreno do Estelita foi leiloado às construtoras. O infográfico parece um emaranhado político cujo ponto comum é o consórcio de empreiteiras. Depois de um ano, ele precisa ser redesenhado, para que se explique como um projeto “ilegal” virou “legal” a ponto do prefeito declarar que “Não tem boquinha não. Vai subir”.

 

Abaixo da imagem, publicamos uma lista com os links para cada ponto numerado.

infografico-ocupepeq

Clique na imagem para ver maior (270Kb).

  1. http://goo.gl/L8q1rV
  2. http://goo.gl/ergCZw
  3. http://goo.gl/1ynEpW
  4. http://goo.gl/6ODkru
  5. http://goo.gl/OXXle7
  6. http://goo.gl/E7WnNe
  7. http://goo.gl/IfjJMF
  8. http://goo.gl/s0Ijb1
  9. http://goo.gl/bXXkwm
  10. http://goo.gl/JCmynM
  11. http://goo.gl/LTluDi
  12. http://goo.gl/F284kQ