O Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) lamenta profundamente a partida do cronista e poeta Miró da Muribeca, que nesse domingo (31) encantou-se para deixar saudade.

José Flávio Cordeiro da Silva, que virou Miró em alusão ao jogador do Santa Cruz, Mirobaldo, era dono de um olhar muito sincero sobre a realidade do povo, da pobreza e dos amores, e suas páginas eram preenchidas de uma poesia de quem não precisa recorrer ao dicionário. Como disse certa vez em entrevista a Quatro Cinco Um, a poesia dele está bem na nossa frente, aqui, na avenida.

 

Da periferia de Jaboatão dos Guararapes, o menino da Muribeca ganhou o mundo ao ser traduzido em outros idiomas, mas nem por isso o poeta deixou de ser popular. Fazia-se presente em festas, saraus, bares, agitações, nas Quartas Literárias, aqui no CCLF, com aquele olhar risonho e voz que cantava versos. Em toda parte estava Miró, e continuará a estar.

“olhei para o passado
as folhas dos calendários
caindo

é preciso plantar cedo sua árvore
pra mais tarde ter uma sombra
que lhe agasalhe”

Foto: Felipe Ribeiro

Vídeo: TV Viva/ CCLF