Pra mim ser bibliotecária é muito mais do que ser uma profissional da informação: é ser uma profissional da transformação.
A construção da profissional transformadora que sou hoje, não me considero empreendedora, como querem muitas vezes me enquadrar, me foi possibilitada justamente pela parceria e confiança de todo um movimento social de base, dentro das comunidades mais excluídas, que me demandaram ao longo da vida ajuda para se empoderar e transformar as condições de acesso ao livro, à leitura e à informação para seus filhos e filhas.
O Estado está longe de atender a essa demanda e essas populações não querem deixar os seus à mercê da mesma destinação que os manteve numa imobilidade social e de acesso a direitos ao longo de várias gerações.
Eu aprendi a ler o mundo através da lente da necessidade dessa gente e da literatura para pensar e compreender o mundo através da perspectiva dos direitos humanos. Amparada em Antonio Candido e junto com esse movimento que hoje se consolida como a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias, erguemos a bandeira do direito à Leitura e à Literatura como um Direito Humano.
Nunca esse direito esteve tão expressivo e tão claro: O Direito à Leitura é estruturante do acesso a outros direitos!
Como bibliotecária, quero convocar toda a nossa categoria para se unir muito mais do que pela “valorização” da nossa profissão, pela ampliação da valorização de uma só causa, a causa da nossa ação política pela democratização do acesso a um direito que passa cotidianamente pelas nossas mãos: o direito à leitura e à informação!
Matéria prima para um outro mundo possível! E isso está também e fundamentalmente em nossas mãos!
Contribuindo para transformar esse mundo, contribuiremos para um melhor desenvolvimento e valorização da nossa profissão.
Bibliotecários e Bibliotecárias, parabéns pelo nosso dia!
Vamos à luta!
Um bom domingo!
Cida Fernandez
Centro de Cultura Luiz Freire
12 de março de 2017