Dias antes de celebrarmos o Dia do Orgulho LGBTQIA +, vimos nas redes sociais e nos noticiários uma das piores mazelas do nosso país: a LGBTfobia. Um rapaz gay foi morto a tiros em São Paulo, uma mulher trans foi queimada viva no Recife, o apresentador Sikêra Jr. destila ódio contra a população LGBTQIA + em rede nacional e uma escola de Aldeia, também localizada no Recife, manifesta sua intolerância na sua conta do Instagram.

À medida que mais pessoas assumem sua orientação sexual e encontram amparo e representatividade para ser quem se é, uma reação conservadora se intensifica desde 2018 com o estímulo da extrema direita no poder, encontrando um terreno fértil para alastrar seus preconceitos e seguir alimentando o ranking de país que mais mata LGBTQIA + no mundo. A cada 24 horas, uma pessoa é agredida em virtude da sua sexualidade. Pernambuco, mesmo oferecendo diversos instrumentos em prol da vida dos LGBTQIA +, também ocupa um dos piores lugares nos dados de violência contra a população: em 2020, ao todo, foram 1.854 vítimas de crimes como ameaça, agressão, estupro e homicídio, 860 a mais do que em 2019; somos o 7° estado mais letal para as pessoas trans e travestis.

E o que tem de tão ameaçador em ser gay, lésbica, transsexual, travesti e etc.? Para os conservadores, a diversidade coloca em xeque o sistema patriarcal, cis e heteronormativo que eles insistem em perpetuar, e isto significa minar o seu poder e o controle das narrativas. O debate também passa pelo o que foi deixado para nós das práticas coloniais e da construção da ideia de gênero, inclusive o papel da igreja nesta disseminação.

Uma sociedade sem diversidade, é uma sociedade doente, como a que estamos vivendo; mas, que estamos revolucionando dia a dia e não pretendemos parar.

Muitas pessoas se perguntam como podem contribuir nesta luta, então é importante se questionar:
Quantas pessoas LGBTQIA + têm no seu círculo de amizade? E no seu trabalho? Você acolhe as diversidades da sua família? Você escolhe eleger pessoas diversas para lhe representar nas Câmaras, Assembleias, Senados e Alvorada?

É tempo de diversidade e não há espaço para crimes como os que temos presenciado ao longo desses anos. Se faz necessário se articular social e politicamente para cobrar pela efetivação das políticas públicas existentes e para a criação de novas, somando na luta pela garantia dos direitos dessas pessoas, sobretudo quando se está em uma posição privilegiada e deseja fazer diferente dos que estão no padrão hegemônico. Vamos descolonizar nossas mentes e ações.

A mensagem que fica é que não tem o que ser aceito, tem o que ser respeitado. Precisamos existir juntes, ocupando os espaços que são nossos por direito. Só não pode dar lugar para o preconceito, a intolerância e o ódio.

 

Foto: Comunicação CCLF