ENTRE MUITAS CHAMADAS DE VÍDEO NO  ZOOM, AS MENINAS NOS DISSERAM O QUE FUNCIONA – E O QUE NÃO – NO APRENDIZADO REMOTO.

Com mais de 1,5 bilhão de estudantes sofrendo interrupções na educação por causa do COVID-19, queríamos ouvir meninas de todo o mundo sobre como estão mantendo seus estudos em casa. Algumas enfrentam desafios para acessar a Internet ou compartilhar equipamentos com suas famílias. Outros estão gostando de desenvolver seus próprios currículos ou estudar novas disciplinas. Continue lendo para descobrir o que funciona – e o que não funciona – no aprendizado remoto.


“Com o mais tempo e as avaliações anuais canceladas, posso me concentrar totalmente em tópicos que não conseguia abordar nos dias de escola. Atribuí os dias de uma maneira que cubra todas as disciplinas e acompanhe o horário escolar em casa. Depois de um pequeno intervalo ao meio-dia, continuo estudando até a noite. Além disso, pego referências do site da Cambridge Assessment e, embora seus recursos sejam para professores, eles são EXTREMAMENTE úteis e eu basicamente planejo palestras para mim, as entrego e as verifico eu mesma. ”

– Weed em Zainab, 14, Paquistão


Infelizmente, não consigo acompanhar meus estudos porque na minha comunidade não há acesso gratuito à internet e não tenho condições financeiras de pagar pelo serviço. Estou ficando muito preocupada, porque o tempo está passando e nós que moramos na área rural do município somos os mais afetados. ”

— Rayssa, 18, Brasil


 

“Eu continuo meus estudos usando a plataforma Classroom para entregar as tarefas que devo realizar e, em alguns dias, fazemos videochamadas com os professores para tirar dúvidas sobre o assunto ou a tarefa. Mesmo tendo a oportunidade de continuar meus estudos graças à tecnologia, muitas crianças no meu país não estão aprendendo porque não têm um dispositivo tecnológico para manter contato com seus professores. ”

– Andrea, 17 anos, Guatemala 


“Muitos estudantes ao redor o mundo iniciaram agora com o aprendizado on-line, o que para mim era muito diferente no começo, pois eu estava muito acostumada com minha rotina regular de ir para a faculdade, ver meus amigos e professores pessoalmente. Assim como muitos estudantes, meus exames em junho foram cancelados, o que  me provocou sentimentos de ansiedade sobre como meu futuro pode acabar. No entanto, sou grata pelo aprendizado on-line, pois me permitiu acompanhar tópicos dos quais não tinha certeza e me envolver em um aprendizado mais independente. ”

– Saranya, 17, Malásia


“Estou passando pela  quarentena em casa e minha rotina de estudos é muito pesada, porque temos muito conteúdo para estudar e muitas vídeo-aulas também. A ideia de termos aulas de vídeo foi boa para nos ajudar a continuar nossos estudos, mas ao mesmo tempo ruim, porque a internet aqui na comunidade Pedra do Amolar não é de boa qualidade. Preciso usar a internet da casa da minha tia, mas ainda é muito instável devido ao alto uso. Estou perdida diante de tudo o que está acontecendo e preocupada com o futuro. ”

– Celly, 17 anos, Brasil


“Minha universidade tem um campus virtual. Os professores das aulas teóricas nos atribuem leituras e das aulas práticas nos ensinam através do aplicativo Zoom. O campus virtual é fácil de usar e oferece muitas ferramentas para se comunicar com os professores. As disciplinas matriculadas aparecem no início da plataforma e é necessário apenas um clique para acessar as atividades de cada assunto, sejam elas teóricas ou práticas. Posso fazer login a partir de qualquer dispositivo.

– Genesis, 18, Honduras


“Faz cerca de duas semanas desde que a escola on-line começou, e ainda estou tentando me acostumar, pois às vezes pode ser difícil, já que você não tem seus amigos por perto para ajudá-lo e fazer companhia, mas estou muito grata por ainda ter a oportunidade de continuar a escola e terminar o segundo ano do ensino médio, ao contrário de muitas meninas que têm grande incerteza em relação à escola durante esta pandemia. Estou estudando simultaneamente para os meus exames de AP, o que também é uma luta, mas tenho a sorte de ter acesso a muitos recursos que me ajudarão nesse período. ”

– Mehaa, 15, EUA 


Aqui em nossa comunidade, somos incapazes de continuar nossos estudos, porque a única maneira de acompanhar é através da Internet e não temos acesso aqui”.

— Ana Paula, 18, Brasil


“Minha universidade organizou cursos ao vivo on-line que acompanho no horário normal, os professores se adaptaram bem usando novas maneiras de serem interativos por meio de pesquisas e questionários on-line. Para o meu projeto de pesquisa em grupo, aprendemos a nos comunicar através do Skype e do WhatsApp para tentar nos manter em dia, o que já foi sua própria lição. ”

– Live, 19, da África do Sul e Zimbábue, morando na Dinamarca


“A pandemia está afetando todos os brasileiros, tanto pobres quanto ricos. A rotina, é claro, não pode ser a mesma, mas graças a Deus não mudou radicalmente para mim, porque no município em que moro, felizmente não há casos de COVID-19. Com o isolamento, sim, parei fazer algumas coisas, como praticar  esportes (montamos um time de futebol feminino para meninas na comunidade). Com a pandemia em todo o Brasil e no mundo, algumas atividades foram suspensas, incluindo escolas e universidades. Estou fazendo o último módulo de um curso técnico na universidade, mas devido ao COVID-19, as aulas presenciais foram suspensas e não estamos fazendo aulas on-line, porque nem todo mundo tem acesso à Internet. ”

— Vitória, 18, Brasil


“Estou fazendo um curso preparatório para ingressar na universidade no final do ano. Minhas aulas físicas foram canceladas devido à pandemia, então agora estou estudando em casa. Tenho algumas aulas on-line, mas principalmente uso meus livros e anotações das aulas anteriores. Costumo estudar de manhã porque sinto que é a hora do dia em que sou mais produtiva. Também estou usando esse tempo para ler os livros que são obrigatórios para a realização dos exames. Meus pais são professores, por isso estão dando aulas on-line e é muito diferente para todos nós porque temos que compartilhar notebooks e fones de ouvido etc. ”

— Luiza, 17, Brasil 


“Apesar de eu não frequentar fisicamente todos os dias, ainda temos escolas on-line. Minha escola usa o Google Classroom para atribuir trabalho e o Zoom para ter aulas em grupo. Além da escola on-line, também pratico alguns acadêmicos usando outros recursos, como a Khan Academy, por conta própria. ”

– Anya, 12, EUA


“Eu estudo geografia na Universidade de Pernambuco (UPE), no Campus da Zona da Mata Norte, mas as aulas acontecem no Agreste, em Caruaru, no Centro de Treinamento Paulo Freire. Para mim, a pandemia nos afetou bastante, pois tivemos que parar de assistir pessoalmente às aulas para voltar para casa e agora o conteúdo está sendo passado por e-mail. Isso às vezes complica porque não temos como tirar dúvidas com os professores. ”

— Bianca, 18, Brasil

Fonte: Assembly

Fotos: Assembly/ Fundo Malala