Você sabe qual o perigo de uma história única? Esse foi o tema do cine-debate realizado com o Núcleo de Juventude, Educação e Comunicação do projeto Educquilombo, em Mirandiba. A atividade, elaborada pelo Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) em parceria com a Articulação Social das Comunidades Quilombolas de Mirandiba, fez parte da Semana de Ação Mundial 2022 organizada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Liz Ramos, educadora do CCLF, mediou a conversa com as meninas e meninos presentes a partir do que Chimamanda Ngozi Adichie fala no vídeo que tem o mesmo título do seu livro, “O perigo da história única”; mote que usamos para falarmos sobre a importância das juventudes narrarem e preservarem suas próprias histórias, bem como entenderem que o povo negro teve sua história negada, obrigados a conhecerem a si e o mundo por meio de um referencial branco e racista.

“O que temos para contar?” Estimuladas/os a contarem sobre uma história de seus quilombos, as/os estudantes exploraram o que há de melhor e mais importante nas comunidades, na tentativa de quebrar com a lógica de que o município de Mirandiba, no sertão do Pajeú, e os quilombos que ali existem tem somente a pobreza como ponto de partida.

A história em Mirandiba não é única.

A riqueza está na história oral, mas também na história documentada. A partir das práticas de comunicação aprendidas nas formações do Núcleo, a juventude parte para um processo de pesquisa, documentação e elaboração de um roteiro e, em seguida, vídeos e áudios para contar a história do lugar e das pessoas que vivem às suas voltas.

Pluralidade. Comunicação popular. Ancestralidade.

 

Fotos: Comunicação CCLF