“Pela vida de todas as mulheres: Pela legalização do aborto. Contra o racismo ambiental e as violências. Não às privatizações!”, esse foi o norte do 8M Recife, ato que acontece anualmente no Dia de Luta das Mulheres (08) para ocupar as ruas com as vozes que se manifestam contra estruturas violadoras que operam em múltiplas matrizes de opressão: gênero, classe, raça, etnia, território, meio ambiente, idade, pessoas com deficiência.

O Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) se junta mais esse ano à luta diária por um modelo de vida e sociedade pautado na equidade social. Na marcha, os cantos e gritos entoavam pela reforma agrária, pela democracia, por mais mulheres nos espaços de decisão e poder, e pela vida do povo palestino.

Michela Albuquerque, coordenadora do projeto Escolas Seguras e Acolhedoras e integrante do Comitê Pernambuco da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), acredita na importância do caráter coletivo presente no ato, com a mobilização ocupando os espaços públicos da cidade na defesa de pautas plurais. “[O ato] é super importante em si para essa luta e para a gente enquanto Comitê Pernambuco e instituições parceiras demarcarmos a luta feminista também como uma luta pela defesa da educação pública”, afirma a educadora popular e jornalista.

Em fala pública na concentração do evento, no Parque 13 de Maio, área central do Recife, Michela Albuquerque refletiu sobre a necessidade de monitorar os Planos de Educação (estadual e municipais) para compreender o cumprimento ou não das metas estabelecidas que são tão caras para milhares de meninas e jovens mulheres, que acabam por sair da vida escolar “por conta do racismo, do machismo e do sexismo”.

A coletividade do movimento é facilmente identificada ao perceber os diversos grupos presentes na caminhada que passou por vias importantes da cidade, com a Avenida Conde da Boa Vista, o seu cruzamento com a Rua da Aurora, a Avenida Dantas Barreto até desaguar no Pátio de São Pedro, onde houve atividade cultural afrobrasileira naquele espaço histórico de resistência da população negra.

Para saber mais das reinvindicações do 8M Recife, você pode ler o manifesto assinado por mais de 50 de Organizações Não Governamentais (ONGs), Movimentos, Coletivos, Sindicatos, Partidos e Parlamentares. Clique aqui: MANIFESTO 8M RECIFE

“Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga, não atiça o formigueiro”

 

Foto: Comunicação/CCLF