Na última quinta-feira (31), o agricultor Antônio C., líder da comunidade Barro Branco, em Jaqueira, no estado de Pernambuco, encontrou o Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, para apresentar o cenário de violência na Mata Sul, devido às práticas dos latifundiários contra posseiros que habitam aquela região há mais de 70 anos.

No mesmo dia, Antônio foi perseguido por homens em uma moto no município de Jaqueira, e no dia 1º de setembro, a liderança e sua esposa foram ameaçados de morte por um homem encapuzado que apontava uma arma para a cabeça da mulher.

O relatório “Conflitos no Campo Brasil“, realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), nos mostra que o que aconteceu com o líder campesino faz parte de um cenário de profunda violência no contexto rural. Em 2022, um conflito ocorreu a cada quatro horas, com os casos de assassinato chegando a 47 registrados, um dos maiores índices até então.

Os defensores de Direitos Humanos no Brasil, durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), período marcado pelo avanço predatório do agronegócio, sofreram 1171 casos de violência, sendo 579 deles ameaças e 169 assassinatos, conforme o estudo “Na Linha de Frente“, realizado pela Terra de Direitos e Justiça Global.

Que aqueles que ameaçam e aqueles que ordenam as ameaças sejam devidamente responsabilizados. Desejamos que Antônio C. e sua família estejam resguardados. Ameaças, perseguições e assassinatos não condizem com a Democracia.

 

Foto: De Olho Nos Ruralistas